“Por Teu Livre Pensamento”


Museu Nacional Resistência e Liberdade, Fortaleza de Peniche
27 abril´19 a 6 fevereiro´22

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A exposição “Por Teu Livre Pensamento” resgata momentos marcantes da história contemporânea – a repressão e a violação dos direitos humanos pela Ditadura Militar e o Estado Novo, a Guerra Colonial, a Resistência ao Fascismo, o 25 de Abril e o Regime Democrático – a partir da memória do lugar, a Prisão de Peniche.

Uma grande homenagem aos presos políticos, às suas famílias, à população de Peniche e aos milhares de mulheres e homens que, ao longo de quase meio século, sacrificaram a liberdade e a vida na luta contra o fascismo, pela Democracia.

Ficha Técnica

Organização
Direção-Geral do Património Cultural
Comité Executivo do Museu de Peniche
[DR – Despacho n.º 9667/2018 de 16.10.2018]

Domingos Abrantes
Fernando Rosas
João Barros Matos
José Pacheco Pereira
Paula Araújo da Silva
Silvestre Lacerda
Teresa Pacheco Albino
Parcerias
Câmara Municipal de Peniche
Gabinete de Estudos Sociais
Partido Comunista Português
Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e Bibliotecas
Instituto de História Contemporânea – Universidade Nova de Lisboa
União de Resistentes Antifascistas Portugueses
Ephemera
Coordenação executiva
Teresa Pacheco Albino
Museologia
Aida Rechena
Rosalina Carmona
Teresa Pacheco Albino
Museografia
Atelier AR4, Arquitetura, Lda
João Barros Matos
Seleção de Conteúdos
Aida Rechena
Alice Samara
Domingos Abrantes
Fernando Rosas
Francisco Ruivo
Joana Dias Pereira
João Bonifácio Serra
José Pedro Soares
Manuela Bernardino
Rosalina Carmona
Rui Venâncio
Silvestre Lacerda
Teresa Pacheco Albino
Textos
Alice Samara
Domingos Abrantes
Fernando Rosas
Francisco Ruivo
Joana Dias Pereira
João Barros Matos
João Bonifácio Serra
Manuela Bernardino
Rui Venâncio
Projeto de comunicação e design gráfico
Atelier Pedro Falcão
Tradução
Cíntia Pereira de Sousa
Programa da Comemoração
David Santos
Fátima Roque
Rosalina Carmona
Gestão orçamental
Fernanda Steiger Garção
Filipe Campos Silva
Manuel Diogo
Paula Azevedo
Revisão de textos
Aida Rechena
Céu Novais
Cíntia Pereira de Sousa
Rosalina Carmona
Teresa Pacheco Albino
Conservação e restauro
Jorge Martins
Construção
João Bessa Pinto
Luís Ferro

Feira do Vidro
Frademetalúrgica, Lda
HCI,Construções, S.A
Monumenta, Lda
TECNACO,Técnicos de Construção, SA
STAP, Lda
Sonoplastia e áudio-guia
Centro de Computação Gráfica
Universidade do Minho
Audiovisual e animação
Garden Films
Serviço Educativo
Ângela Alves
Comunicação
António Dores
Céu Novais
Paula Delgado
Imprensa
Céu Novais
Créditos Fotográficos
António Alves Seara
António Jorge Silva / AMJP
AHM
BNP
CMP
CMVFX
Centro de Documentação 25 de Abril – UC
Eduardo Gageiro
Ezequiel Santos
DGLAB – ANTT
GES – PCP
José Paul Ruas / ADF-DGPC
Luís Correia Peixoto
Produção Gráfica
Logotexto, Lda
Local / Sala

Sala Polivalente, Parlatório, Capela de Santa Bárbara e Fortim Redondo ou "Segredo"

Preço

Entrada livre

Mais informações

gera@mnrl.dgpc.pt

A exposição “Por Teu Livre Pensamento” constitui-se como momento inaugural da missão que consiste em fazer nascer, na Fortaleza de Peniche, o Museu Nacional Resistência e Liberdade.

Trata-se de um ato profundamente simbólico, a marcar a abertura ao público de um projeto museológico ímpar, que tem desafiado a Direção-Geral do Património Cultural em múltiplas e entusiásticas frentes, abraçadas por uma equipa vasta e multidisciplinar de qualificados profissionais dos nossos quadros.

O 15º Museu Nacional perpetuará a memória da resistência à ditadura e afirmar-se-á como espaço de homenagem à árdua e sofrida luta travada em nome da Liberdade e dos Direitos Humanos no nosso país, durante 48 longos anos de repressão.

Constituir-se-á, também, como fonte de conhecimento e de reflexão sobre valores humanistas que, sendo matriciais, são contudo facilmente perecíveis ao sabor dos ciclos da História.

Ao retratar o sofrimento do que é não ser livre, sequer para pensar, ultrapassamos o campo da memória e apontamos claramente para o futuro. Este Museu lembrar-nos-á  sempre que a mais valorosa conquista de abril de 1974 – a Liberdade – continuará a ser o que não queremos, nunca mais, perder.

Foi mediante consenso generalizado que, em 2017, o atual governo aprovou um plano de recuperação da Fortaleza de Peniche para nela instalar um Museu Nacional. E a Assembleia da República defendeu, em plenário, da esquerda à direita, a requalificação e a preservação da sua memória histórica, enquanto ex-prisão política da ditadura.

É com assumido orgulho que estamos a posicionar Portugal na rota internacional dos monumentos e museus que celebram os Direitos Humanos. No tempo conturbado em que vivemos, a chamada de atenção para essa conquista torna-se quase um imperativo ético, e é seguramente uma questão de cidadania. Posteriormente foi criada a Comissão de Instalação dos Conteúdos e da Apresentação Museológica (CICOM), responsável pela elaboração do guião expositivo do Museu, que integra entre os seus membros alguns dos ex-presos de Peniche, a par de outras reconhecidas personalidades. Ao seu incansável labor e meritória dedicação se deve o desenho da exposição “Por Teu Livre Pensamento”.

Se por um lado trabalhamos com um distanciamento histórico confortável, na medida em que já passaram 45 anos desde os acontecimentos que nos propomos narrar em discurso museológico, por outro lado temos o enorme privilégio de enriquecer a nossa tarefa com os contributos de muitos dos que viveram aquele período e estiveram nesta prisão.

Conciliar estes dois fatores é uma circunstância rara e feliz, portanto eu diria que este Museu não poderia ter nascido nem mais tarde nem mais cedo. Ele vai nascer, rigorosamente, no tempo certo.

Sabemos que o Património Cultural, sendo memória, nunca chega a ser, simplesmente, passado. Ele pertence sempre ao tempo presente, porque dele faz parte e nele participa. E, por essa ação, inscreve-se no tempo futuro. Essa é a grande mística do Património: pertencer por inteiro a todos os tempos.

A Fortaleza de Peniche é exemplo vivo desta dinâmica. Trata-se de um conjunto patrimonial notável, que começou por ser uma fortificação militar, depois foi prisão política e agora renasce num uso distinto, enquanto espaço de cultura e memória. Entendamos, pois, esta exposição como luminosa alvorada de um “dia inicial, inteiro e limpo”.

Paula Araújo da Silva
Diretora-Geral do Património Cultural