História da Fortaleza

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1527
Dados do recenseamento ordenado por D. João III: 47 vizinhos em Peniche de Cima e 44 na Ribeira (Peniche de Baixo), o que perfaz cerca de 800 moradores.

1544 (15 de julho)
No seguimento de ataque realizado por corsários franceses, D. Afonso de Ataíde, Conde de Atouguia, escreve a D. João III advogando a necessidade de proceder à defesa do lugar e porto da Ribeira (Peniche-de-Baixo).

1557
Início das obras de fortificação de Peniche. D. João III ordenara a D. Luís de Ataíde a construção de um baluarte, com sua torre, no sítio do Alto da Vela.

1558
Conclusão da construção do Baluarte Redondo, atribuído a Diogo Teles revelando influência dos fortes do sul de Inglaterra, designadamente do Fort Pendennis (1540- -1543), aplicando os princípios teorizados por Albrecht
Dürer no seu tratado de 1527.

1572
Início dos trabalhos da fortaleza sob a responsabilidade do mestre-de-obras Gonçalo de Torralva. Interrupção das obras em 1578, por via da partida para a Índia, de Luís da Ataíde, nomeado Vice-rei.

1589 (26 de maio)
Desembarque da armada luso-britânica, constituído por cerca de 155 navios e 6 500 homens, com o objectivo de colocar no trono de Portugal D. António Prior do Crato. Depois de tomar a Fortaleza, esta força militar seguiria
para Lisboa.

1589
Filipe II envia Filippo Terzi a Peniche para consolidar o Fortim e as muralhas e estudar hipóteses de melhoramentos.

1605
D. Filipe III ao vice-rei D. Pedro de Castilho que “ordeneis que Leonardo Turriano meu inginheiro que va ver ocularmente o forte e sitio em que esta Penyche e se sera do defeito que se pretende vendo-se primeiro as obras que se fasem cõ o dinheiro das terças e que o dito Leonardo Turriano faça traça e voto de que me enviareis”.

1609
O Engenheiro militar Luís Gabriel é incumbido pelo rei de orientar as obras de abastecimento de água, estudar o traçado de uma ponte para facilitar o acesso à povoação e comandar as obras da Fortaleza.

1609 (12 de novembro)
Filipe III eleva Peniche a vila e sede de concelho.

1640 (1 de dezembro)
Restauração da Independência.

1641
João IV ordena o reconhecimento do sítio de Peniche: “… tenho ordenado que o Padre Simão Falónio da Companhia de Jesus e o Sargento Mor Belchior Lopes de Carvalho vão reconhecer o sitio de Peniche para se fortificar”.

1642 (31 de maio)
O Conselho de Guerra, instituído por D. João IV, referindo-se ao atraso nos trabalhos de fortificação de Peniche refere ser esta “praça de tão grande importância e a principal chave do Reyno pela parte do mar”.

1642
Conselho de Guerra envia o engenheiro-mor Charles Lassart a Peniche para verificar as obras e averiguar a necessidade de alterar o projeto. Lassart traça uma nova planta “nas mais partes da ilha não há sitio que se possa artesoar como se mostra na planta que o Ingenheiro mor franses tirou”.

1645
Conclusão das obras como certifica a inscrição na porta da Fortaleza.

1652
Deslocação de D. João IV a Peniche para inspeção das obras.

1657 (7 de Agosto)
D. António Luís de Meneses, Charles Lassart e Simão Mateus deslocam-se a Peniche para efetuarem um desenho mais conveniente da frente abaluartada; acordaram “que se devia fortificar a villa de mar a mar com dous
baluartes e dous meyos”. A planta da autoria de Simão Mateus foi aprovada por Carlos Lassart, mas as características geomorfológicas obrigaram ao recuo da muralha para norte.

1659
Início das obras da frente abaluartada.

1671
Conclusão dos trabalhos de construção do pano amuralhado da praça militar, segundo inscrição patente no Baluarte Redondo e que originalmente estaria exposta no Forte das Cabanas.

1698
É criado o Terço de Peniche que, em 1707, passa a ser designado de Regimento de Infantaria de Peniche.

1759 (janeiro)
No âmbito do processo dos Távoras, movido pelo Marquês de Pombal, as propriedades dos Ataídes (familiares dos Távoras) são confiscadas e picadas as suas armas, existentes no Baluarte Redondo e na Porta de Armas
da cidadela.

1773
Obras de remodelação da capela de Santa Bárbara.

1793 (abril)
O Regimento de Infantaria de Peniche participa entre 1793 e 1795, na chamada Guerra do Rossilhão, entre Espanha e França, recebendo o privilégio de inscrever na sua bandeira a divisa “Ao valor do Regimento de
Infantaria de Peniche”.

1807 (8 de dezembro)
Ocupa a praça militar de Peniche um contingente militar
franco-espanhol, sob o comando do general Thomières,
que ficará instalado na Fortaleza.

1809
A Praça de Peniche é recuperada pelos ingleses e portugueses, comandados pelo general Richard Blunt.

1824
Transferência para a Fortaleza de Peniche de uma centena de liberais, de entre os quais se contavam o general Bernardo Correia de Castro e Sepúlveda e o Marquês de Fronteira, vindos das cadeias do Castelo e do Limoeiro,
em Lisboa.

1833 (25 de julho)
A guarnição da Fortaleza abandona a praça militar, depois de tomar conhecimento da derrota das tropas miguelistas. Nesse mesmo dia, as tropas liberais, comandadas pelo barão de Sá da Bandeira, ocupam a Fortaleza.

1837 (19 de outubro)
Explosão num dos paióis da Fortaleza, seguida de incêndio, que destruiu o Palácio do Governador da Praça, de traça seiscentista.

1868
Instalação na Fortaleza do Depósito de Emigrados Espanhóis, constituído por militares que haviam participado no fracassado golpe liberal de 2 de janeiro de 1866, liderado pelo general Joan Prim y Prats.

1894 (2 de junho)
Instalação na Fortaleza do Depósito de Emigrados Brasileiros na Fortaleza (grupo de 148 refugiados políticos brasileiros, que participaram na Revolta da Armada de 1893 contra o governo republicano de Floriano Peixoto.

1901
Chegam a Peniche 368 refugiados boers, provenientes da África do Sul, alojados na Fortaleza e noutros locais da vila, até 18 de julho de 1902.

1908
Visita realizada âmbito da obra social do jornal republicano O Século, com o objetivo de avaliar a possibilidade de instalação de um sanatório para doentes tuberculosos na Fortaleza.

1917
Instalação na Fortaleza um Depósito de Concentrados de nacionalidade alemã e austro-húngara. Estes prisioneiros serão libertados apenas em outubro de 1919, após a assinatura do Tratado de Versailles.

1934
Instalação na Fortaleza do Depósito de Presos de Peniche, destinado a opositores ao regime ditatorial do Estado Novo.

1953
Início das obras de edificação na Fortaleza de um novo estabelecimento prisional, formado por de blocos prisionais segundo o modelo americano. Nasce a chamada Cadeia do Forte de Peniche.

1960 (3 de janeiro)
Dá-se a mais relevante das diversas fugas registadas da prisão política. Evade-se da ala de alta segurança do Bloco C um conjunto de membros do Partido Comunista Português, no qual se destaca Álvaro Cunhal, líder histórico deste partido.

1974 (27 de abril)
Libertação dos presos políticos após o triunfo da Revolução dos Cravos

1976
Até fevereiro de 1976, às ordens do Movimento das Forças Armadas, permanecem nas instalações prisionais da Fortaleza antigos agentes da polícia política.

1977 (21 de setembro)
Instalação da na Fortaleza de um Centro de Acolhimento de Refugiados, dirigido pela Cruz Vermelha Portuguesa, recebendo mais de meio milhar de retornados das antigas colónias. Este centro encerra em 31 de dezembro de 1982.

1984
A Câmara Municipal de Peniche instala na Fortaleza várias valências de natureza cultural e lúdica, com destaque para o Museu de Peniche (atual Museu Municipal de Peniche), com um núcleo dedicado à Resistência.

2017 (27 de abril)
O Governo de Portugal, reunido em Conselho de Ministros na Fortaleza de Peniche, determina a criação neste local do Museu Nacional Resistência e Liberdade.