Pretende-se estudar e pôr em prática a relação entre património cultural, museus e violência política, concretamente, o modo como as dinâmicas patrimoniais podem contribuir para a salvaguarda e difusão da memória da violência política praticada pelo regime do Estado Novo. O objetivo deste estudo consiste na conjugação de uma argumentação teórica, com a análise do Museu Nacional Resistência e Liberdade, entidade de estágio, e com as atividades desenvolvidas no âmbito do estágio curricular. A pesquisa bibliográfica e o estudo de caso assumiram-se, deste modo, como as metodologias indicadas para um estudo completo e coerente.
Apresenta-se um primeiro capítulo que veicula a argumentação teórica, explorando conceitos de violência política, memória, história e património e museus, expõe normas, convenções e questões éticas que orientam a prática de museus de violência política e que termina com uma análise da realidade portuguesa. O Museu Nacional Resistência e Liberdade, entidade de estágio, é caraterizado e analisado no segundo capítulo, tendo em conta a história do local em que foi fundado, a Fortaleza de Peniche, as condicionantes que permitiram a sua fundação e a sua missão e narrativa museológica. O terceiro capítulo destina-se à caracterização das atividades desenvolvidas em contexto de estágio.
Os museus dedicados à salvaguarda e difusão da memória da violência política assumem-se, de igual modo, como espaços de promoção dos valores democráticos e dos direitos humanos, mobilizando as memórias para o presente, contribuindo para construção de um futuro orientado para a valorização dos referidos valores. Para a concretização destas metas, afiguram-se fundamentais iniciativas de complemento às exposições de longa duração.
Mestrado em Património Cultural e Museologia
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Mestre: Ana Rita Afonso Rua
Orientador: João Paulo Avelãs
Coorientador: António Ginja